* Gov. Rn 1890-1891; junta gov. Rn 1891-1892; gov.
Rn 1892.
Manuel do
Nascimento Castro e Silva nasceu em Granja (CE) no dia 25 de dezembro de 1851,
filho de Antônio Gomes Ferreira e de Luzia Gomes Ferreira. Formou-se em ciências
jurídicas e sociais na Faculdade do Recife em 1880, e em seguida foi nomeado
promotor público em Mossoró (RN), juiz municipal de Natal e juiz de direito em
Santana de Matos (RN).
Em 1889
foi duas vezes nomeado diretor da Instrução Pública no Rio Grande do Norte: no
último governo do Império e no primeiro governo da República, chefiado por
Pedro Velho de Albuquerque Maranhão (novembro a dezembro). Quando Pedro Velho
voltou ao governo do estado em 1890 (setembro a novembro), foi nomeado chefe de
polícia. Permaneceu no posto no governo do sucessor de Pedro Velho, João Gomes
Ribeiro, mas em 7 de dezembro de 1890, quando este foi afastado por influência
de Pedro Velho, por ter-se aproximado da oposição à sua liderança, assumiu o
governo do Rio Grande do Norte por autorização do Ministério da Justiça e
Interior. Ao iniciar seu governo convocou uma Constituinte estadual e fez
publicar por decreto um Projeto de Lei Orgânica que passou a ser conhecido como
“Constituição de Castro”.
Em 3 de
março de 1891, já após a eleição de Deodoro da Fonseca para presidente da
República pela Assembléia Nacional Constituinte (25/2/1891), transferiu o
governo do estado para Francisco Amintas da Costa Barros, nomeado por Deodoro.
Passou então a combater os atos do Congresso Constituinte estadual, bem como o
governador eleito, Miguel Joaquim de Almeida Castro, que tomou posse em 9 de
setembro. Tornou-se um dos conspiradores cuja ação culminou com a de derrubada
e prisão de Miguel Castro pelas tropas do Exército, manipuladas diretamente por
Pedro Velho e José Bernardo de Medeiros. Em seguida participou da junta
governativa articulada por Pedro Velho e José
Bernardo,
presidida por Francisco Lima e Silva e composta também por Joaquim Ferreira
Chaves Filho. A junta tomou posse em 28 de novembro de 1891, dissolveu o
Congresso Constituinte estadual eleito durante o governo de Amintas Barros e
convocou
novas eleições para outro
Congresso Constituinte, que foi instalado a 20 de fevereiro de 1892. Esse
Congresso elegeu como seu presidente Jerônimo Câmara. Este recebeu o governo do
estado da junta governativa em 22 de fevereiro e o repassou em 28 de fevereiro
a Pedro Velho, eleito governador pelo mesmo Congresso.
Em meados
da década de 1890 Nascimento Castro passou a fazer oposição a Pedro Velho,
ajudando a fundar em 1897 o Partido Republicano Constitucional no Rio Grande do
Norte, cujo diretório passou a integrar. Em 1898 trabalhou pela candidatura de
Campos Sales à presidência da República contra a de Lauro Sodré, apoiada por
Pedro Velho. Com a vitória de Campos Sales em Natal, participou das
manifestações de rua contra o “pedrovelhismo”. Foi um dos signatários do Manifesto
do Partido Republicano Constitucional de 1899 que justificava a abstenção da
entidade nas eleições para governador, denunciando as práticas políticas
“pedrovelhistas” e a perseguição movida pelos governistas.
Foi
redator dos jornais A Liberdade (de 1885 a 1889), A epública (em 1891), Rio
Grande do Norte e Diário de Natal.
Faleceu
em Natal em 20 de janeiro de 1901.
RENATO AMADO PEIXOTO
FONTES: CASCUDO, L. Governo; CASCUDO,
L.História da República; CASCUDO, L. História do Rio Grande do Norte; NONATO,
R. Bacharéis;POMBO, R. História; República(22/1/1901); SOUZA, I. República.
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